Educação

Equipes psicossociais debatem atuação do assistente social na educação básica

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Aconteceu na manhã desta quinta-feira (14), no auditório do Polo UAB, uma formação com as equipes psicossociais da Secretaria de Educação da Prefeitura de Aracruz. Esta foi a penúltima formação do ano, e teve como pauta central, a atuação do assistente social na educação básica, sendo mediada por Natália Nicácio - Assistente Social e membro do Conselho Regional de Serviço Social (Cress-ES) - Silvia Salazar - Professora do Departamento de Serviço Social - UFES e Cleidson Nazario - Assessor em Serviço Social.

Cleidson iniciou sua apresentação destacando a aprovação do PL 3599, que reconhece o assistente social e psicólogo como trabalhadores da educação. “Com essa PL os municípios terão condições de implementar o processo da lei. Anteriormente, tínhamos uma lei que considerava esses profissionais não como um trabalhador da educação, e sim como um serviço complementar na escola, o que acabava não dando prioridade ao gestor público para que ele pudesse colocá-los na ordem do dia com outras equipes”, explicou.

O Assessor em Serviço Social disse que um outro espaço também vem sendo trabalhado tanto no Espírito Santo, quanto em Brasília, que é a participação do Cress-ES no Grupo de Trabalho (GT) do MEC, com a intenção de realizar esse debate e fomentá-lo em âmbito nacional. “Queremos criar um documento para que possa ser encaminhado aos municípios, verificando a possibilidade de complementação da lei. Esse documento ajudará a subsidiar nossa organização política e mobilização para discutirmos com os gestores”, disse.

Para o Cress-ES entender melhor como o serviço social na educação básica vem atuando dentro das escolas do estado, serão promovidos seminários sobre o tema, o que seria o primeiro passo, além de algumas prefeituras serem acionadas, com intervenções para diálogos com a categoria. “Nesse seminário que ocorrerá no próximo dia 6 de dezembro em Vitória teremos um espaço para debatermos sobre a organização dos profissionais da assistência social com a proposta de criar um fórum estadual, e assim, termos um amadurecimento ainda mais político”, completou.

Durante a conversa com a Professora do Departamento de Serviço Social – UFES Silvia Salazar, ela destacou que o objetivo é fazer uma conversa em particular com os assistentes sociais de Aracruz a partir da lei 13935 de 2019 e o trabalho profissional do serviço social nas equipes multiprofissionais.

“A pandemia e as tecnologias têm colocado muitos desafios no cotidiano da sociedade como um todo, principalmente crianças e adolescentes. Ainda estamos colhendo muitos resultados negativos, e as escolas são os locais onde esses problemas mais estão implodindo, com várias questões da assistência social, como a violência, a dificuldade de compreensão dos estudantes em relação ao que vem sendo trabalhado, além do não acesso a questões básicas com a alimentação”, pontuou.

Ao indagar sobre qual o trabalho é esse que vem sendo desenvolvido pelas equipes multiprofissionais, este foi colocado nas dimensões concreta e absoluta. “Estamos diante de um universo desafiador. Precisamos olhar para as escolas para além do que aparenta ser, e não em seu imediatismo, não na ótica de culpabilizar as crianças e adolescentes ou suas famílias, pois trata-se de um contexto de uma sociedade, e nós da assistência social, sempre estamos analisando essa realidade sob a ótica macro-societária”, analisou.

Ainda segundo a professora Silvia, o sistema capitalista está privatizando os espaços e as políticas sociais. “O mundo do trabalho está muito precário para a classe trabalhadora. Hoje estamos diante de uma mobilização para acabar com essa escala 6x1 que impede o trabalhador de ter um tempo maior de contato com a família, descansar ou estudar. Diante disso, que nós possamos pensar essa realidade escolar, do universo que atendemos, pois estas não são questões individuais. Também temos que entender nossas possibilidades e limites”.

A equipe PAS presente também aprendeu sobre a concepção de educação como uma dimensão da vida social e de um processo histórico marcado por tensões e contradições, além da política de educação como um campo de disputa ideológica e econômica. A pedagoga Giucirlene Pereira de Bortoli teceu as considerações finais.

“Como ficou claro para a gente que a escola é um território que fica em constante movimento, também achei bastante interessante propomos um plano de trabalho e ter esse momento de planejamento, de sistematização da prática, sendo que às vezes, trabalhamos muito e não temos isso de uma forma palpável. Só teremos a clareza do conhecimento do papel diante da situação que chega até a gente, e o que cabe a cada um, se nós estudarmos e conhecer as atribuições. Muito obrigada a todos”, finalizou.