Economia
Consumo e exportação de café solúvel crescem acima da média nacional no Espírito Santo
A cafeicultura é tão atrelada à cultura do Brasil que é impossível falar da história do país sem mencioná-la. Mas quando se fala em café, é a forma mais tradicional de prepará-lo que vem à tona: o café em pó é a primeira referência da bebida presente no imaginário popular. No entanto, no último ano, em 2022, o café solúvel demonstrou ter ganhado mais espaço no consumo nacional.
Os dados recentes da Associação Brasileira de Indústria de Café Solúvel (Abics), mostram que o faturamento brasileiro de café solúvel foi recorde no ano de 2022, chegando a US$ 705,7 milhões. O consumo interno no país foi de quase um milhão de sacas, o que representa 1,4% do aumento do consumo, se comparado ao ano de 2021.
No recorte capixaba, o Espírito Santo, que tem a atividade cafeeira como uma das principais culturas, obteve números expressivos na exportação do café solúvel. Segundo dados da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), enquanto a exportação do produto no Brasil cresceu 29% em 2022, as agroindústrias capixabas tiveram um resultado de 122% em crescimento de divisas.
Ainda de acordo com informações da Secretaria, a participação do Estado correspondeu a quase 20% do volume total de café solúvel exportado pelo Brasil, e obteve 17% das divisas nacionais, um crescimento considerável em relação a 2021. O café solúvel capixaba está presente em 42 países, sendo Indonésia e Estados Unidos os principais importadores. Esses números demonstram o crescente aumento na preferência dos brasileiros, capixabas especialmente, pelo produto em sua forma solúvel, nos últimos anos.
Atividades importantes e tradicionais no Espírito Santo, como é a cafeicultura, precisam constantemente de novas práticas para aprimorar e agregar valor em um mercado cada vez mais competitivo. E para isso, contam com investimentos específicos por meio de linhas oferecidas pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
“Com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva do café nos municípios capixabas, com ganho de produtividade e de melhoria no valor agregado dos produtos, além de reforçar o apoio regionalmente diversificado, o Bandes tem buscado ampliar os recursos para que empresários do setor cafeeiro possam investir. Os recursos do Funcafé oferecem uma alternativa de financiamento para a modernização da cafeicultura e para a pesquisa cafeeira, com apoio também à indústria e à exportação, por consequência. É importante destacar que a modernização do agronegócio e das agroindústrias estão entre as prioridades do Bandes, para a diversificação produtiva e a geração de emprego e renda no interior”, enfatiza Ezequiel Loureiro Nascimento, gerente Comercial e de Relacionamento do Bandes.
Funcafé
Para possibilitar o investimento no setor, com recursos destinados ao capital de giro para a indústria de café solúvel, de torrefação de café e para a cooperativa de produção, o Bandes disponibiliza linhas de financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
A linha de financiamento inclui o custeio da safra de café e capital de giro para a indústria de café solúvel, de torrefação de café e para a cooperativa de produção, com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, criado em meados dos anos 1980.
Por meio do Funcafé, é possível apoiar o ordenamento da oferta, estimular a liquidez do mercado, com a compra do café produzido, e promover o desenvolvimento tecnológico, com pesquisas e tecnologias para o aumento de produtividade e de qualidade.
Os financiamentos do Funcafé, operado pelo Bandes, têm a finalidade de apoiar os gastos da produção do café, como insumos, mão de obra, tratos culturais e colheita, além do beneficiamento, torrefação e industrialização; custos com estocagem e armazenamento do café para venda posterior, compra da matéria-prima pela indústria; capital de giro para as indústrias de café solúvel, de torrefação e para cooperativas de produção.