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Menor que atirou e matou amigo se apresenta à polícia após ameaça de morte

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Não era a vítima quem manuseava a arma que matou o adolescente Cleberson da Silva Neres Loureiro, de 16 anos, que morreu no dia 22 de fevereiro último no bairro Santa Luzia, em Aracruz. A informação é do delegado Leandro Barbosa Moraes, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Aracruz. O delegado ouviu o depoimento do menor que, na última terça feira (01) se apresentou na delegacia acompanhado de uma pessoa de sua família. O adolescente de iniciais R. S. G, que tem 14 anos, contou ao delegado que ouviu dizer que indivíduos ligados ao tráfico de drogas estariam planejando matá-lo e que esse teria sido o motivo de seu desaparecimento desde o dia 22 de fevereiro, quando Cleberson foi atingido por um disparo de arma de fogo.

O adolescente contou detalhes do episódio ao delegado. Segundo essa versão, R, Cleberson e uma terceira pessoa, essa adulta, estavam na casa do Cleberson em uma varanda onde a vítima costumava cortar cabelos de clientes. Naquela noite, por volta das 21h, Cleberson estava sentado na cadeira enquanto essa terceira pessoa cortava seu cabelo. Ainda segundo R, Cleberson manuseava uma arma de fogo e tentava aprender a lidar com ela. R então teria pegado a arma das mãos do adolescente e puxado o ferrolho (mecanismo de preparo para atirar) e ao soltá-lo a arma disparou atingindo o lado direito da cabeça de Cleberson que foi socorido, mas morreu após dar entrada no hospital da cidade. O delegado não acredita nessa versão já que, segundo o policial, a pistola não dispararia sem que o gatilho fosse puxado.

A primeira informação recebida pela polícia foi de que a arma disparou quando era manuseada pela vítima, versão que já não é considerada pela polícia. Antes de R se apresentar à polícia, o delgado ouviu aquela que seria a principal testemunha do episódio, a pessoa que cortava o canelo da vítima quando a arma disparou, mas a versão inventada foi de que três indivíduos entraram na varanda da casa e um deles teria atirado na vítima.

Após a versão contada por R, o delegado vai intimar novamente essa testemunha para um novo depoimento.

“A testemunha terá a chance de se retratar e contar o que realmente aconteceu. Caso contrário será indiciada por falso testemunho”, disse Leandro Barbosa.

Sobre o destino da arma, uma pistola 9 mm, R contou que pertencia à vítima e por ter ficado nervoso com o ocorrido, não sabe onde a deixo. A versão de R pode mesmo não ser verdadeira já que o delegado recebeu informação de que foi R quem chegou ao local com a arma de fogo e não a vítima, como disse o menor.

Por ter se apresentado espontaneamente, R vai aguardar as investigações em liberdade.