Cultura

11ª edição da Caminhada do Caboclo Bernardo retoma tradição e resgata a história do herói capixaba

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Após cinco anos sem atividades com a caminhada do Caboclo Bernardo, contando o tempo de pandemia, a Prefeitura de Aracruz, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura (Semtur), com apoio da Educação (Semed), Esporte, Lazer e Juventude (Semesp), Meio Ambiente (Semam), Transporte e Serviços Urbanos (Setrans) e Saúde (Semsa), além da  Escola (EEEF) “Ermentina Leal”, comunidade de Vila do Riacho, Aldeia Comboios e Associação de Bandas de Congo de Regência, retomou na manhã deste domingo (5), o tradicional evento que resgata a história e o caminho de Caboclo Bernardo. Fotos: Humberto De Marchi

O diretor da EEEF Ermentina Leal, Luiz Cláudio Moro Aioffi e a idealizadora da caminhada, Magda Barcelos, comentaram sobre os inícios dos trabalhos e a importância das parcerias para manter essa tradição. “Eu cheguei na escola em 2017, e até aquele momento, a caminhada era conduzida praticamente pela nossa escola. Quando conversamos com os professores sobre o retorno da caminhada, vimos a necessidade de firmarmos uma parceria com o município, o que não conseguimos na época, por isso ela ficou parada. Mas, agora, com apoios da prefeitura, conseguimos articular várias coisas, envolvendo turismo, meio ambiente e esporte, o que é muito importante, pois mantemos as pessoas e a tradição”, explicou Luiz Cláudio.

Magda Barcelos, idealizadora da primeira caminhada, falou o que a motivou promover esse evento. “Em 2006 surgiu a ideia de fazer uma caminhada religioasa de Vitória para o norte do estado, passando por Vila do Riacho. Fizemos uma reunião com lideranças comunitárias e o Executivo na época para ver se dava para fazer a caminhada relatando os "passos do Padre Anchieta", o que não foi possível. Então eu propus fazer o caminho que Caboclo Bernardo fazia de Regência até aqui. Um grupo abraçou a ideia, sendo que nós não queríamos fazer somente a caminhada, e sim contar história. Assim surgiu um trabalho interdisciplinar na EEEF Ermentina Leal, onde os alunos desenvolviam desenhos, textos, gravuras, teatro e poesia sobre o herói, o que dava pontos nas disciplinas. Nessa data, antes mesmo da caminhada, que era a culminância do projeto, a escola ficava toda enfeitada”, lembrou.

Centenas de pessoas entre alunos, moradores e servidores da prefeitura compareceram para participar. Eles foram recepcionados com um belo e reforçado café da manhã servido na escola, e se alongaram para percorrer os mais de 30 quilômetros da caminhada do Caboclo Bernardo. Em um clima animado todos ainda foram instruídos quantos aos pontos de apoios durante o percurso, que vai em direção à Aldeia de Comboios, onde há uma travessia a barcos, para depois passarem na Reserva Biológica de Comboios, sentido Praia de Regência, onde os participantes foram recepcionados com um belo almoço.

“Eu participei da última caminhada em 2017, e fico feliz em vez que ela voltou. Isso é muito importante pois não podemos deixar essa linda cultura morrer, pois a tradição é algo que deve ser passado às famílias”, destacou Clara Lucas, que é moradora da Vila do Riacho e ex-aluna da EEEF Ermentina Leal.

O secretário de Turismo e Cultura (Semtur), Paulo Neres, já havia falado da felicidade em poder apoiar um tradicional evento para ambos os municípios. “Retomar essa importante caminhada depois do momento mais crítico da pandemia é muito gratificante. Essa é uma oportunidade de fomentarmos o turismo nas regiões por onde passaremos, agregando valores e fortalecendo a cultura, além de reiterar o pertencimento dos moradores que continuam mantendo viva a história do caboclo Bernardo”, dizia durante anúncio de retorno da caminhada, um importante momento de conscientização ambiental, que abordou temas sobre os biomas, restingas, além da preservação dos rios e riachos, e, claro, a incrível história de Caboclo Bernardo, que em 1887 salvou 128 marinheiros do Cruzador Imperial Marinheiro, da Marinha Imperial do Brasil.