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Índios querem compensação de mais de R$ 200 milhões
Uma base de calculo feita pelos índios Tupiniquins e Guaranis de Aracruz indica que R$ 235 milhões seria um valor justo pelo uso de suas terras. De acordo com o cacique Pedro da Silva, da Aldeia Piraqueaçu, as torres de energia elétrica se estendem por 22 quilômetros de terras indígenas e a linha de transmissão de energia, que pertenceria à Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel ocupa uma área de 28 hectares, o equivalente a 28 campos de futebol.
“Calculamos que se ocupássemos a mesma área com plantações de mandioca pelo mesmo período, 44 anos, o rendimento seria de aproximadamente R$ 235 milhões”, afirma o cacique.
Desde o último dia 30 de novembro, índios de dez aldeias vêm realizando protestos buscando chamar atenção de representantes da EDP Escelsa para dar início a negociações financeiras.
Nesta quarta feira (09) cerca de 40 índios representantes de 10 aldeias atearam fogo em uma torre de transmissão localizada no Morro do Carvão, nas proximidades da Aldeia Olho D’Água.
Para impedir que a polícia chegasse ao local, os indígenas interditaram a estrada usando troncos de arvores. Os militares então deram a volta pela estrada do Morobazinho, mas constaram que a via também estava interditada. Foi preciso chamar uma equipe do Corpo de Bombeiros para desobstruir a estrada.
Já no local, próximo à torre incendiada, os militares conversaram com o cacique da Aldeia de Irajá para que pudessem averiguar as condições da estrutura metálica e alicerce, mas a resposta foi negativa. O objetivo dos índios era forçar a presença de um representante da Escelsa. Pouco antes das 20h, por intermédio do representante da Fundação Nacional do Índio - Funai no Município, Vilson Benedito Oliveira, os índios conseguiram agendar para a manhã desta sexta feira (10) uma reunião no Ministério Público.
O resultado da referida reunião foi o agendamento de um novo encontro na próxima quarta feira (16) para que sejam apresentadas propostas. Segundo o cacique Pedro da Silva, a reunião, que está marcada para as 14h, na Aldeia de Caieiras Velha, deve contar com representantes dos índios, Fundação Nacional do Índio, Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, Polícia Federal e Ministério Público Federal. A expectativa dos índios é que a ANEEL apresente uma proposta que possa ser considerada. Não havendo acordo, os índio darão prosseguimento aos protestos.