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Estado conta agora com delegacia para investigar tráfico e venda ilegal de armas
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), inaugurou, na manhã desta quinta-feira (08), a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). O evento teve a participação do governador Renato Casagrande, na sede da nova unidade, localizada na Avenida Fernando Ferrari, na área anexa ao antigo Aeroporto de Vitória, em Goiabeiras.
A reforma do imóvel cedido pela Infraero durou 60 dias. O local, de 512 metros quadrados, tem dois pavimentos, sendo o térreo composto por oito salas, além da recepção, cozinha e banheiros (masculino, feminino e acessível), e o segundo pavimento composto por oito salas, banheiros (masculino, feminino e acessível) e shaft.
Além do governador, a solenidade teve a participação dos secretários da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá, idealizador da unidade; de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc; o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda; e de diversas autoridades das forças de segurança do Estado e de outros órgãos, como a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Tribunal de Justiça, Ministério Público e Assembleia Legislativa.
O governador Casagrande destacou que o Espírito Santo tem uma média alta de apreensão de armas de fogo pelas forças policiais e a Desarme chega para agregar a esse trabalho, qualificando os criminosos que estão fornecendo esses armamentos para outros bandidos.
“A Desarme vai identificar como a logística da arma e munição funciona. De onde ela vem, as pessoas que lideram esse movimento criminoso, para onde ela está sendo destinada. Hoje apreendemos em torno de quatro mil armas anualmente, mas o sentimento é de que enxugamos gelo. Temos a necessidade de um trabalho de inteligência entre as Polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal. Estamos designando delegados, policiais e investigadores para que se concentrem na identificação para que se tenha uma radiografia dessa entrada de armas no Espírito Santo”, afirmou.
O secretário Roberto Sá ressaltou que a ideia é traçar o caminho das armas e qualificar as prisões, inclusive, com o foco para produtores de armas caseiras, que registraram aumento nas apreensões.
“De janeiro a julho a gente teve 1.945 armas de fogo apreendidas no Estado. São 10% a mais que o ano passado. Então eu vi a necessidade de destinar uma equipe qualificada e focada somente em descobrir o caminho que esse armamento faz até chegar à mão dos bandidos. Hoje temos notado um aumento nas apreensões de armas caseiras e quem está fabricando vai ser preso. É uma missão inicial que darei à equipe da Desarme”, ressaltou.
A inauguração da Desarme é também uma das ações do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, que tem foco na redução de crimes letais. O programa implantado em 2011 vem contribuindo para a queda nos índices de violências no Espírito Santo. Nos sete primeiros meses deste ano, houve queda de 19,6% nos casos de homicídios dolosos, em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o secretário Álvaro Duboc, que é o secretário-executivo do Programa Estado Presente, as estatísticas apontam que 78% dos crimes que ocorrem no Estado ainda são praticados com uso de armas de fogo. Por conta disso, a unidade faz parte da estratégia da política de Segurança Pública do Governo do Estado, que aplica o conceito de ações transversais com a articulação entre Secretarias e órgãos do Estado.
Por meio do Observatório de Segurança Cidadã, desenvolvido pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) em parceria com a Sesp, e que subsidia ações estratégicas de controle e prevenção à criminalidade e à violência no Estado, o Governo vai aprofundar o conhecimento sobre o fluxo ilegal de armas e munições.
Ainda durante a inauguração, o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, disse que a Desarme pretende estudar cientificamente o comércio ilegal de armas. “Essa delegacia nasceu do sonho do nosso secretário da Segurança Pública, que não mediu esforços para que pudéssemos inaugurar a Desarme, que fará uma interação com as nossas delegacias especializadas da Polícia Civil e a interação com nossos parceiros da PRF, PF, PM e as Guardas Municipais”, explicou.
Arruda afirmou ainda que espera dar em breve um resultado positivo: "O delegado Christian Waichert vai assumir essa missão e esperamos entregar em breve à sociedade capixaba uma resposta, intervindo nesse processo que é o tráfico ilegal de armas, para que a gente possa ter dias melhores em busca da paz social".
Divisão
Além da Desarme, o prédio também passa a abrigar outras unidades da Polícia Civil, como a Divisão de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Diccor), a Delegacia de Repressão às Ações de Criminalidade Organizada (Draco), a Divisão de Inteligência (DI) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). A ideia do secretário Roberto Sá é montar uma grande estrutura de combate à corrução e organizações criminosas.
“Temos que saber quem está fornecendo o instrumento que os criminosos mais utilizam para cometer assassinatos em nosso Estado. Essa pessoa não pode ficar impune. Esperamos com a Desarme conseguir identificar esses bandidos e colocá-los na cadeia”, pontuou.