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Delegado de Aracruz procura criminoso e sugere lei para proteção do homem do campo

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A Polícia Civil está à procura de Reginaldo da Vitória dos Santos. Preto Índio como também é conhecido, é foragido da justiça por tentativas de latrocínio (roubo seguido de morte). Um dos crimes ocorreu na localidade de Gimuna, zona rural de Aracruz, informou o delegado Leandro Barbosa Moraes, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Aracruz.

Foragido das Comarcas de São Mateus e Linhares, Preto Índio, na intenção de se esconder, foi trabalhar na colheita de café em uma propriedade da referida localidade. Ao notar a vulnerabilidade do idoso produtor rural, que morava sozinho, Preto índio esperou passar a época da colheita para agir. Ele retardou sua saída da propriedade até ter a certeza de que o patrão estaria sozinho.

Na oportunidade, o criminoso foi até a casa do patrão e o ameaçou exigindo o dinheiro da venda do café. Com medo, o frágil produtor entregou o valor que possuía em casa, mas ao ver que a quantia era pequena, o criminoso ficou furioso e começou a agredir a vítima. Como não tinha mais dinheiro, o patrão foi brutalmente espancado até parecer estar morto.

Preto Índio então jogou o corpo do patrão em um riacho, próximo à casa da vítima, pegou o dinheiro e alguns pertences do idoso e fugiu da propriedade. Horas depois um irmão da vítima chegou ao local para uma visita e encontrou o idoso jogado no riacho. A vítima chegou a ser dada como morta.

“Foi um milagre ele sobreviver”, afirmou o delegado

Após passar por um tratamento, a vítima hoje está traumatizada e apresenta dificuldade na fala, lapso de memória e seqüelas físicas como conseqüência do espancamento.

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Reginaldo da Vitória dos Santos, também conhecido como Preto Índio, pode colaborar com a polícia denunciando através dos telefones 181 ou 190. O anonimato é garantido.

Moraes sugere lei para proteção do homem do campo

Crimes como o de Preto Índio estão sujeitos a acontecer em qualquer propriedade rural do Município. A afirmação é do delegado Leandro Barbosa Moraes, titular da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Aracruz. Segundo ele, esse é um tipo de crime que a polícia não pode prever, mas sugere uma medida capaz de oferecer maior segurança aos proprietários rurais e a suas famílias.

“Hoje, qualquer criminoso pode se passar por trabalhador rural para se esconder da justiça ou para praticar novos crimes, como vários casos que já conhecemos. No ano passado cheguei a apresentar sugestão para que fosse feito um cadastro de todos os trabalhadores rurais. Isso poderia inibir a presença de criminosos no meio, reduzindo os riscos para as famílias dos produtores e dos próprios trabalhadores, que muitas vezes também são vítimas de criminosos infiltrados. Atualmente, a maior dificuldade de se investigar um crime é que, normalmente, o criminoso infiltrado é conhecido por apelido, o patrão não possui fotografia dele e na maioria das vezes não sabe, se quer, de onde veio o empregado”, afirmou Barbosa ao Site Aracruz.

Segundo o delegado, a idéia que precisaria virar lei, foi implantada há alguns anos em Marilândia, Município do norte do Espírito Santo, onde funciona muito bem.

Moraes apresentou a sugestão em 2014, durante uma reunião sobre segurança, que contou a participação de representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas de Aracruz –CDL, mas a proposta não chegou a ser discutida no legislativo.

“Lamento que a sugestão não tenha sido levada adiante, mas ainda tenho esperança de que um vereador ou o poder executivo se interessem em conhecer o projeto e implantá-lo. Tenho cópia da Lei e estou á disposição para colaborar, concluiu.

Avesso a fotos, Leandro Barbosa fala de segurança com o conhecimento de quem tem apresentado excelentes resultados à frente da Delegacia de Crimes Contra a Vida de Aracruz, juntamente com sua equipe. Dos quinze homicídios ocorridos nos cinco primeiros meses de 2015, por exemplo, treze já estavam elucidados no fechamento do primeiro semestre.