SAAE- Vereadores de Ibiraçu querem reverter decreto que acumula aumento de 57% nas tarifas em apenas

O decreto do prefeito de Ibiraçu, Duda Zanotti, que aumenta as tarifas do Serviço Autônomo de Água e esgoto em 32,9% não foi bem digerido por um grupo de vereadores do município. Otávio Maioli (PT), José Geraldo Rossi (Zé Pintor) (PP), Cleber Rodrigues (PP) e Paulo Rodrigues Quaresma(PTC) consideram o reajuste abusivo e prometem apresentar indicação para tentar sensibilizar o prefeito a rever o decreto e não sacrificar a comunidade com mais um aumento na conta de água. Na foto: Cleber Respolho, Otávio Maioli, Paulo Quaresma e Zé Pintor

“Com mais esse reajuste, a comunidade vai pagar uma diferença de 57% em pouco mais de 1 ano”, disse Otávio Maioli.

A conta do vereador leva em consideração o reajuste de 18% dado em janeiro de 2017.

“É importante uma política de valorização da água tendo em vista a escassez dela, mas a valorização não deve ser dessa maneira abusiva e agressiva” acrescenta Maioli.

O vereador alega que para reajustar, a prefeitura deveria levar em conta fatores como o IPCA –Índice de Preço ao Consumidor Amplo, que foi de 2,95%, e o aumento do salário mínimo, que foi de apenas 1,81%, o menor desde o ano de 1994.

O vereador Zé Pintor reforça que, na conta, o SAAE cobra por um serviço que não é prestado à população.

“O tratamento de esgoto no município é zero, mas 50% do valor da tarifa é adicionado como taxa de esgoto. Não é justo o cidadão pagar por um serviço que não é prestado a ele”, questiona Zé Pintor.  

Com o novo reajuste, o consumidor que pagava R$ 12,80 por até 10m³ de água, passará a pagar R$ 17,01 pelo mesmo consumo.

O outro lado

Em seu site, a prefeitura publicou nota justificando o reajuste. A nota diz que a “revisão tarifária” ocorreu após aprovação unânime do Conselho de Regulação e Fiscalização que, em reunião ocorrida em novembro último, teria constatado desequilíbrio na sustentabilidade econômica e financeira do SAAE de Ibiraçu. Ainda de acordo com a justificativa da prefeitura, o reajuste de 32,9% é essencial para a manutenção do padrão de serviço prestado e produtos oferecidos pela autarquia.  

A prefeitura alega ainda que o reajuste se justifica pela defasagem entre o último realinhamento tarifário, em 27 de janeiro de 2017, e pela crescente elevação de insumos considerados de grande relevância para a manutenção e operação dos sistemas de tratamento de água e esgotos, e a necessidade de se dar seqüência às obras de ampliação e melhoramento dos sistemas.

Discussão

O polêmico reajuste pode voltar a ser discutido na sessão da câmara desta terça-feira (06), quando os quatro vereadores devem apresentar a indicação com o objetivo de sensibilizar o prefeito a rever a decisão. Em função de tema, que gerou muitas reclamações nas redes sociais, a expectativa é de que um bom público compareça à sessão.