Cidades
AMEAR quer comissão para evitar protestos com interdições de vias em Aracruz
Formar uma comissão, com integrantes de toda a sociedade, para encontrar soluções capazes de evitar tipos de manifestações que interditem a Rod ES 010. Esta foi a proposta que resultou de uma reunião, promovida nesta sexta feira (04), pela Associação Movimento Empresarial Aracruz e Região – AMEAR.
A reunião, que ocorreu no auditório da Faculdade Casa do Estudante, reuniu o secretário estadual de segurança, procurador federal, uma representante do MP do município, prefeito, vereadores, um deputado estadual, secretários municipais, comando da Polícia Militar, comando da Polícia Civil e empresários.
De acordo com Áureo Machado Neto, presidente da AMEAR, o objetivo da reunião não foi discutir quem está certo ou errado na questão das manifestações, e sim como o fechamento da Rodovia tem afetado o restante da população. Machado se refere aos usuários da ES 010 que ficam impedidos de se deslocar ao trabalho ou escola, dos setores públicos e muitas empresas, mesmo as que não são da região da manifestação, que ficam prejudicadas quando seus colaboradores não conseguem chegar ao trabalho e o comércio em geral que é afetado quando consumidores são impedidos de se deslocar à sede do Município para comprar o que precisam. Isso sem contar os casos de pessoas que perdem consultas médicas por causa das interdições.
“Queremos evitar que qualquer discussão tenha que ir para a rua, literalmente. Por que não discutir isso em uma sala? Porque não discutir num fórum onde as pessoas possam opinar de forma que não afete as pessoas que nada tem a ver com aquela interdição?”, questiona Machado.
Único representante comunitário na reunião, Jean Pedrini, presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Barra do Say, e que também atua em apoio à Associação de Moradores, fez um breve relato dos motivos que levam as comunidades a fechar as pistas.
Pedrini falou do débito histórico existente com as comunidades da orla, do tempo que os governos municipal e estadual levam para cumprir acordos referentes às demandas das comunidades. “As angústias da sociedade não são diferentes das dos empresários. É difícil para o trabalhador ficar tranqüilo no trabalho sem saber se o filho foi e voltou da escola em segurança, se vai chover e a rua onde mora vai alagar, se o caminhão pipa vai levar água até sua casa“, argumentou.
Pedrini ainda citou o esgoto das Pedrinhas, aprovado no orçamento de 2006 e que ainda não foi concluído; a reforma da ES 010 prometida pelo Governo do Estado para iniciar em dezembro de 2012, o que ainda não ocorreu e a reforma da ES 257, que só foi providenciada após várias manifestações.
Ao Site Aracruz, Pedrini disse ter ficado feliz com as falas dos representantes do Ministério Público Federal e da Polícia Militar que teriam enfatizado que existem sim abusos em algumas manifestações , mas que em outras, a demora na execução dos pleitos populares leva a radicalização das manifestações.
Em conversa por telefone com nossa reportagem, Áureo Machado disse que a proposta final da reunião foi a criação de uma comissão para avaliar esses pleitos. Essa comissão será um facilitador dessas discussões. “Um exemplo é a questão dos índios que queriam um pagamento pelo uso da terra. A Petrobrás já conhecia o assunto. Em um caso desses, antes de fechar a estrada, eles sentariam com essa comissão, que ainda não está definida, mas que deve ser formada por representantes do Ministério Público, do poder executivo, da sociedade e os dois representantes da área em conflito”, explicou o presidente da AMEAR.
Machado acrescentou que a idéia é que faça parte do processo a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta, que deverá ser respeitado e, após a conclusão de toda a parte burocrática, se alguém fechar a Rodovia sem antes levar a questão para a comissão, os órgãos competentes poderiam agir sem muita burocracia para desobstruir a via, mas lembra que todo esse processo ainda está em fase de análise e faz questão de enfatizar que a AMEAR não quer fazer julgamento das reivindicações e que não tem capacidade para isso.
Na próxima quarta feira, a entidade terá uma reunião para as seguintes definições:
Como será composta a comissão e como será chamada?
Qual será o papel da comissão?
Quais serão os próximos passos a serem dados para levar adiante a proposta?
A reunião para elaborar o que o presidente chamou de rascunho será no âmbito interno da AMEAR.
Por Josimar Silva