Política

Alcântaro Filho fala sobre início de sua gestão na Câmara e proposta de criação de Guarda Civil arma

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Gerando oportunidade diante da dificuldade. Foi com esta frase que o presidente da Câmara Municipal de Aracruz, Alcântaro Filho, resumiu o período inicial de sua gestão que ainda completará três meses.

Nesta quinta-feira (22), Alcântaro recebeu a reportagem do Site Aracruz para uma entrevista em seu gabinete.

 

Site Aracruz (S. A.)

Como foi enfrentar a interdição de parte do prédio da Câmara Municipal logo no seu início de gestão?

 

Alcântaro Filho (A.F.)

 Gerando oportunidade diante da dificuldade. O Corpo de Bombeiros interditou o segundo pavimento porque a casa estava literalmente caindo aos pedaços e diante da situação precisamos tomar providências imediatas. Uma das medidas, que contou com o apoio de todos os vereadores, foi adiar a contratação de assessores, já que não haveria espaço para eles trabalharem. Em janeiro trocamos o forro do segundo pavimento e, de forma inesperada, também foi necessário refazer a instalação elétrica, que em 2013 foi feita de forma equivocada, e também pintamos os gabinetes dos vereadores.  No início de fevereiro, com a contratação dos assessores, achamos importante prepará-los para que pudessem atender da melhor forma possível à população. Ainda durante a reforma, realizamos uma série de cursos de capacitação para todas as categorias de servidores da casa. Foram 16 dias de cursos totalizando 93 horas de atividades.

 

S. A.

Como o prédio da Câmara pertence à Prefeitura, como foi possível a realização desta reforma?

 

A. F.

Com a não contratação dos assessores em janeiro, além de outras medidas, conseguimos uma boa economia e devolvemos esses recursos à prefeitura garantindo a realização da reforma do forro, que custou R$ 37 mil. Já o custo com a instalação elétrica foi de R$ 20 mil. Nós também já estamos trabalhando junto à Secretaria de Obras para fazermos um reforma e ampliação do prédio em consonância com o Corpo de Bombeiros e vamos economizar o máximo para que possamos custear a obra. Hoje nenhum prédio da prefeitura de Aracruz possui alvará e nós já estamos na iminência de conseguir um alvará provisório, com validade de um ano.

 

S. A.

O que está previsto para esta obra?

 

A. F.

Temos a necessidade de adequar o almoxarifado, que funciona em contêineres alugados e que precisa ficar em local refrigerado, e o arquivo da casa, que precisa ser retirado do pavimento superior, adequações que vêm sendo postergadas há anos e, se Deus quiser, vamos realizar durante nossa gestão.  Além disso, a idéia é levar o administrativo para o segundo pavimento e fazer uma estação de trabalho aberta e transparente. O almoxarifado e o arquivo a gente traz para o primeiro piso. Nossa pretensão também é montar um centro de estudos, um museu da câmara e uma biblioteca moderna, não apenas para o legislativo, mas também para a população. Nós temos aqui documentos históricos muito ricos, mas que ficam no arquivo. Outra idéia é levar os gabinetes para cima da garagem, de forma que possamos atender à população da melhor maneira possível. Hoje alguns gabinetes não oferecem condições para se atender a uma diretoria de associação, por exemplo, não há espaço para se receber quatro pessoas. Não pretendemos fazer da Câmara Municipal um prédio de luxo, apenas queremos ter as mínimas condições para atender bem à população.

 

S. A.

Após enviar à Câmara projeto que impediria servidores celetistas (regime de CLT) de participar de novo concurso pelo período de 24 meses, o prefeito Jones Cavaglieri pediu para recolher o projeto. Como foi a discussão dessa proposta e qual a sua visão sobre ela?
 

A. F.

Isso foi debatido aqui nas sessões e depois nós vereadores conversamos com o prefeito sobre a repercussão popular que teve. Temos um número elevado de celetistas, pessoas que seriam negativamente afetados por essa medida. Então o prefeito entendeu que não haveria problema em pedir a devolução do projeto para que ele faça nova análise.

 

S.A.

A segurança pública tem estado muito em pauta nas sessões da Câmara e agora vocês estão para apresentar uma proposta de criação da Guarda Municipal Armada. Essa pode ser uma solução para melhorar a segurança?

 

A.F.

Nós assumimos o mandato em um momento de crise talvez sem precedentes em nosso Estado, e a Câmara não se furtou do debate sabendo que é de competência primária do Governo do Estado, sobretudo por gerir as polícias militar e civil. Durante essa crise fizemos um movimento junto a 17 entidades organizadas do município e depois fomos levar, em mãos, um ofício ao Governo do Estado solicitando a presença da Força Nacional de Segurança ou do Exército em Aracruz. Naquela ocasião, o assessor especial do governador afirmou que enviaria  parte da tropa ao Município e, após não sermos contemplados, a fala dos vereadores passou a ser dura porque nos sentimos enganados pelo governo e continuamos esse pleito de melhoria na segurança. Muitas pessoas de bem estão sendo assaltadas. Dentre tantas vítimas tivemos dois vereadores e, na semana passada, um ex-presidente da Câmara. Mas a nossa preocupação é com cada cidadão desse município. Não temos visto nenhum movimento do Governo do Estado para melhorar esse quadro e cobramos uma posição. Vamos convidar as autoridades que representam a segurança pública no Município para ouvir as demandas, fazer um panorama da situação e saber qual o norte precisamos seguir e que medidas podemos tomar. A partir daí vamos fazer uma audiência pública para ampliar o debate junto à sociedade organizada e ao público em geral. Boa parte dos vereadores entende que uma guarda municipal armada agindo na região central somaria forças com as polícias militar e civil, além de possibilitar aos militares a realização de patrulhamentos mais ostensivos em outras regiões como Santa Rosa e Jacupemba, por exemplo, onde têm sido registrados muitos casos de assalto e até homicídios, nesse último caso, em Jacupemba. Nossa intenção é dar início a essas reuniões ainda na primeira quinzena do mês de abril.