Saúde

Municípios iniciam curso para monitoramento do Aedes aegypti

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Montagem das armadilhas para captura do Aedes aegypti, procedimentos de coleta de dados e levantamento das regiões com maior incidência do mosquito. Essas são algumas das informações que estão sendo passadas a 63 municípios capixabas durante a capacitação sobre o Sistema de Monitoramento Inteligente de Combate ao Mosquito, iniciada nesta quinta-feira (26).

Os encontros compõem a primeira etapa para a implantação do monitoramento inteligente e preventivo em todo o estado. Lançado na tarde desta quarta-feira (25), pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o sistema trará mais rapidez no acesso às informações sobre a infestação do mosquito e a circulação dos vírus da dengue, da zika e da chikungunya nas cidades, reduzindo a transmissão de doenças causadas pelo inseto.

O objetivo do curso é permitir que os profissionais estejam aptos a adotarem o monitoramento, garantindo a geração de indicadores mais precisos. Em um primeiro momento, eles têm acesso à armadilha, conhecem o seu funcionamento e entendem como e em que espaços ela deve ser utilizada.

Na segunda parte da capacitação, os cursistas realizam um momento de prática, com simulação de cadastro e uso do sistema. Já na terceira e última parte, eles aprendem sobre a rotina semanal de vistoria e identificação de mosquitos adultos, entre outras questões.

Segundo o chefe do Núcleo Especial de Vigilância Ambiental da Sesa, Roberto Laperrière Junior, optou-se por capacitar nestas primeiras turmas os municípios com menor área geográfica, nas quatro Regiões de Saúde, conforme estabelecido no cronograma. Para ele, quanto antes os agentes forem preparados para lidar com essa nova situação, mais rápida será a resposta dada à sociedade.

“Esta é uma ação inovadora. Optamos por usar essa metodologia de modo a direcionarmos as ações de controle vetorial, gerando eficiência na alocação dos recursos, contendo as epidemias das doenças e reduzindo os gastos com possíveis pacientes”, relatou.

Esse é o primeiro momento de capacitação realizado pela Sesa. Os encontros ocorrem na Escola de Serviço Público do Espírito Santo (Esesp), em Vitória, e nos municípios de Colatina, São Mateus e Cachoeiro de Itapemirim, beneficiando 63 cidades. Nas próximas semanas, outras atividades serão realizadas, cobrindo 100% dos municípios capixabas.

O sistema

Serão instaladas 7.323 armadilhas para mosquitos adultos e um sistema de gestão inteligente via web. Com isso, as cidades vão gerar mapas e identificar, em menos tempo, a quantidade de Aedes aegypti presente no ambiente bem como o vírus circulante no local. As armadilhas serão instaladas em locais de fácil acesso e maior concentração de pessoas, como igrejas, unidades de saúde, hospitais, rodoviárias, centros comunitários, escolas e imóveis de pessoas com histórico de bom acesso às vistorias dos agentes comunitários de endemias.

Durante as vistorias, o agente vai verificar as armadilhas para identificar o Aedes aegypti. Se houver a presença do mosquito no local, o agente registrará a informação no mapa de infestação, em tempo real, por meio de um smartphone. Atualmente, este mapa leva cerca de dois a quatro meses para ser concluído.

O mosquito também será recolhido e enviado para análise, que permitirá saber qual o vírus presente nele. O mapa de circulação do vírus em mosquito ficará pronto em sete dias. Hoje, o mapeamento da circulação viral, feito somente em humanos, leva de um a dois meses.

Com essas informações, os municípios poderão direcionar as ações de combate ao mosquito com mais agilidade de acordo com as necessidades demandadas pelo monitoramento, entre elas a eliminação de depósitos que possam acumular água, aplicação de inseticida utilizando fumacê ou equipamentos portáteis para bloqueio de casos, por exemplo.

O monitoramento inteligente e preventivo será implantado nos 78 municípios. Dezesseis foram escolhidos para realizar monitoramento padrão em 100% de sua área urbana. Para essa escolha foram levados em consideração alguns critérios, como municípios com mais de 100 mil habitantes, histórico de maior incidência de casos de dengue e áreas urbanas maiores que 3 km² ou que possam ser colocadas 50 armadilhas, uma exigência da metodologia. Os demais 62 municípios receberão o monitoramento sentinela, com a implantação de 10 armadilhas.

A implantação contempla um cronograma de um mês, entre treinamento de técnicos e fornecimento de armadilhas e materiais. Cada município será responsável pela implantação das armadilhas, conforme instruções do treinamento, e acompanhamento das regionais com orientação da empresa desenvolvedora do monitoramento inteligente. Nesta quinta-feira (26), os treinamentos foram iniciados em 63 municípios, na segunda semana, serão seis municípios, na terceira semana, em sete municípios, e na quarta semana, em dois municípios.

Esse é um instrumento importante de combate ao mosquito, mas é preciso que cada um faça a sua parte para eliminar os criadouros do Aedes aegypti em suas casas. Garrafas vazias, vasos e pratos de planta correspondem a 27,8% dos depósitos de água parada, seguidos por calhas e ralos, 23,2%; tonéis, tambores e barris, 21,96%; e caixas d’água, 6,66%.