Economia
Cuidados para fugir das dívidas no final do ano
Professora do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio orienta que cautela e disciplina são fundamentais para não comprometer o orçamento
Final de ano é uma época em que os gastos das famílias aumentam significativamente, seja com a compra de presentes, de roupas novas para as festas, confraternizações de amigos e trabalho, ou com as viagens de férias. A chegada do 13º é um estímulo a mais ao consumo e, ciente disso, as lojas parecem seduzir ainda mais os clientes com propagandas e vitrines atrativas. Neste momento, é necessário ter cautela e muita disciplina para não começar o ano endividado. A coordenadora do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Estácio, Fabiana Salvador, dá algumas dicas de educação financeira para evitar o sufoco.
Segundo Fabiana, é normal que no final do ano as pessoas queiram presentear, mas é importante planejar as compras com antecedência, pesquisar os preços, fazer cotações e negociar descontos. “É possível obter de 5% a 15% de desconto em compras realizadas à vista. As compras pela internet também podem ser uma boa opção, pois normalmente apresentam preços inferiores aos das lojas e o consumidor não precisa sequer sair de casa”, ressalta.
Antes de sair às compras, a professora alerta que o consumidor deve conhecer bem seus ganhos e suas despesas, preferencialmente elaborando uma planilha. Ou seja, deve verificar os itens que realmente precisa e não comprar por impulso para, mais tarde, se deparar com dívidas que não consegue pagar.
Outra dica importante é de como utilizar o 13º salário. Quem possui dívidas deve aproveitar esse recuso para quitá-las e reservar parte dele para as despesas de início de ano, como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar. “Não se deve gastar tudo, pois nunca se sabe se um imprevisto surgirá. Se ele puder ser reservado, é melhor, pois assim é possível aproveitar os descontos que normalmente são oferecidos nos pagamentos de impostos como IPTU, IPVA e seguro do veículo em cota única (à vista). O parcelamento dessas despesas deve ocorrer somente se o consumidor não tiver recursos disponíveis.
Ao fazer compras, o ideal é dar preferência para o pagamento à vista, evitando o uso do cartão de crédito e do cheque especial. Se o uso do cartão de crédito for necessário, o consumidor deve ter cuidados com o parcelamento de compras, pois algumas são realizadas com juros. Ao receber a fatura, é importante efetuar o pagamento integral e evitar o pagamento mínimo, pois a taxa média de juros do cartão de crédito já supera os 450% ao ano. Já o cheque especial tem taxas de juros que podem variar de 12% a 15%, dependendo do banco. Portanto seu uso só deve ser feito em caso de extrema urgência.
O planejamento financeiro é a principal dica para ser seguida durante o ano. Fazer uma planilha com anotações dos ganhos mensais e despesas é essencial para uma boa organização financeira. “O ideal é procurar orientação profissional, mas quem não puder, pode montar uma planilha no Excel ou ainda utilizar alguns aplicativos bem interessantes”, destaca a professora.
Fabiana Salvador cita como exemplo o Organizze Finanças, que pode ser acessado do computador ou do celular. Nele, é possível fazer o lançamento manual de ganhos e despesas e receber alertas de contas a receber, a pagar e contas atrasadas. O GuiaBolso também é uma opção interessante, pois organiza os gastos em categorias e informa aonde a pessoa está gastando mais, além de puxar as movimentações bancárias e acompanhar se as metas estão sendo alcançadas. Ele pode ser acessado no computador ou no celular.
Em resumo, economizar, gastar o mínimo possível e apenas com o necessário deve ser o lema para quem pretende iniciar o ano com as finanças em equilíbrio. Além disso, vale a pena ter uma reserva de recursos e estabelecer metas e prazos para cumprimento, ambos alcançáveis. “Economizar sem nenhum objetivo é mais difícil do que quando se tem planos”, finaliza Fabiana.