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Delegada de Aracruz orienta mulheres para que tenham tratamento digno

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Neste dia internacional da mulher o Site Aracruz homenageia todas as mulheres através da delegada Amanda da Silva Barbosa, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher – DEAM de Aracruz e que também responde pela Delegacia da Infância e do Adolescente.

Natural de Aracruz, a Drª Amanda, de 32 anos, completa quatro anos de profissão no mês de abril.

Ser delegada nunca foi um sonho de criança e a carreira policial foi sendo descoberta no decorrer das etapas do concurso público. O gosto pela carreira, mostrado através do empenho e dedicação, faz com que o trabalho da nossa entrevistada se destaque pela forma com que atende às vítimas de violência e o rigor com que trata cada caso.

“Hoje sou apaixonada pela profissão e não me vejo fazendo outra coisa. Antes eu até pensava em uma carreira jurídica e me imaginava oficial de justiça ou escrivã do Tribunal de Justiça, mas não policial. Esse lado social na DEAN me fascina. Essa sensação de que você pode fazer a diferença na vida de alguém, e a gente tem muito isso aqui”, disse a delegada.

Com a experiência adquirida ao ouvir depoimentos de mulheres vítimas de violência e também dos agressores, a Drª Amanda compartilha aqui um pouco desse conhecimento para que as mulheres tenham um tratamento no mínimo digno. Ela lembrou que em sua delegacia são atendidas mulheres fragilizadas que sofrem com a violência, e quem as faz sofrer são pessoas que elas amam e por isso elas têm uma vontade muito forte de que esse convívio seja restaurado. A vítima normalmente torce para que o agressor volte a ser aquele marido companheiro.

Para nossa entrevistada, se a mulher acha que apesar das agressões o casamento tem salvação, então ela deve buscar apoio de amigos que tenham uma família estruturada para um aconselhamento de casal ou um apoio na igreja, mas alerta que o medo de ficar sozinha não deve imperar.

“Se ela não tem independência financeira, ela pode ir em busca de um trabalho para se sentir valorizada e independente de forma que suas decisões não se baseiem somente no marido”, aconselhou.

Ainda sobre trabalhar fora, Drª Amanda disse que o mercado hoje é muito mais acessível que era anos atrás, mas que as mulheres que trabalham fora na maioria das vezes ficam muito sobrecarregadas porque se ela é casada, além de trabalhar fora ainda tem a responsabilidade com relação aos filhos e as tarefas do lar. Para a delegada, essas mulheres são guerreiras e as 24 horas do dia acabam sendo insuficientes para tantas obrigações.

“O companheiro precisa ter essa consciência de que assim como ele passa 8 horas no trabalho, a mulher dele também passa. Então na hora que ele chega em casa não é só deitar no sofá, colocar os pés para cima e esperar a mulher preparar a refeição ou correr atrás das crianças para colocá-las para jantar. Ele também precisa ajudar. Lavar uma louça, por exemplo não vai fazê-lo menos homem”, orientou.

Perguntada se em casa ela continua sendo delegada a Drª Amanda respondeu que não.

“Minha profissão não é o que me define, não é a minha principal característica. Eu sou muito mais que do isso, afirmou sorridente.”

Sempre preocupada com o bem estar das mulheres, nossa entrevistada deixa mais algumas orientações.

“Se você não é feliz no seu casamento, se fortaleça para seguir em frente porque quanto mais tempo você fica ao lado desse agressor, mais difícil será para deixá-lo.”

A delegada lembrou que muitas vezes a própria mulher acaba complicando mais sua vida por fazer uma leitura equivocada dos acontecimentos.

“Às vezes o namoro do casal é conturbado devido às agressões do namorado, mas ela acha que o casamento pode fazer tudo melhorar. Após o casamento o marido continua agressivo e ela quer acreditar que se tiver um filho o marido irá se transformar. Assim o que já era ruim fica pior ainda. Tem casos em que a mulher diz que o marido só fica agressivo quando bebe, aí você pergunta que dia ele costuma beber e ela responde que é todo dia. Meu conselho é que a mulher não deve investir em um relacionamento se perceber que é nocivo. Ela deve investir em um companheiro que a faça sentir melhor do que se sentiria estando sozinha”, concluiu.

Nós do Site Aracruz parabeniza a Drª Amanda pelo excelente trabalho. Esperamos que as mulheres que não recebem o tratamento merecido tirem bom proveito de suas orientações e que os homens se lembrem que o dia internacional da mulher é apenas uma data para lembrar que, em qualquer lugar do mundo, a mulher merece um tratamento especial todos os dias. A todas elas, muita dignidade e felicidades!